segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Lições da extensão

O curso da extensão terminou oficialmente no dia 13 de novembro. Fazendo um balanço, tivemos mais erros do que acertos, mas foi muito importante para aprendermos estratégias de ensino e de envolvimento. O primeiro ponto a se considerar foi o tamanho do curso: 60 horas é muito. Considerei a princípio 20 encontros de 3 horas, mas logo vimos que seria demais. Depois, contei 15 encontros mantendo as 60 horas, já que o restante estaria dentro do trabalho de edição em casa. Mesmo assim, foi tempo demais para um curso que não conta créditos nem tem nota. Somado a isso, o recesso que marquei em julho já havia atrapalhado o ritmo, e a extensa greve das universidades federais interrompeu depois, por mais três longos meses, o trabalho do curso.

Provavelmente por causa desses fatores, muitos alunos não permaneceram editando até o fim do curso. Alguns pediram para não comparecer aos encontros e fazer suas atividades online - o que seria perfeitamente viável, caso o aluno realmente editasse em casa. Pedi ajuda aos embaixadores online, para que comentassem nas discussões das páginas de teste dos alunos, mas também nem todos se envolveram.

Já a oficina de 4 horas foi um estrondoso sucesso, creio que exatamente pelo seu caráter compacto. Realmente, o problema do envolvimento dos alunos com o curso reflete uma questão que venho pensando bastante, que é o caráter do voluntariado. Gostaria de encontrar estudos sobre o trabalho voluntário não-remunerado e as taxas de abandono desses programas, bem como sua motivação.

Oficinas como as que fizemos devem ser pensadas para formar usuários, não necessariamente editores. Talvez a obrigatoriedade da avaliação seja realmente um ponto-chave - não para o envolvimento com a Wikipédia em si, mas sim para motivar um árduo trabalho de pesquisa e escrita.


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